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Em época de muito trabalho e produças bem variadas, nada como poder montar uma exposição de pinturas mais recentes. Confesso não ter exposto muito na vida. E ver os quadros ali na parede é mais do que simplesmente mostrá-las. Um antigo professor de pintura uma vez me disse que o motivo pelo qual temos que expor os trabalhos é que só assim você consegue entendê-los fora do seu contexto inicial, ou seja, naquele quarto ou sala onde eles foram criados. Fiquei eufórico vendo eles ali, com vontade de correr em casa e fazer mais uns dez ainda a tempo de mostrar pra essa exposição. Claro que não vai dar, mas o gás persiste. Outra coisa linda é que todos os que posaram para esses quadros estão lá agora, na parede, e fizemos eles juntos, repintamos, começamos do zero, descobrimos tons e formas, seus ângulos. Pintura tem muito de vaidade, de narciso, mesmo. Tem muito de tesão também. Numa outra aula com a Marina Saleme, descobrimos nós os alunos que o tesão de acertar num quadro era quase que nem sexo, e durava mais, meio tântrico. E agora tá todo mundo lá, olhando pros convidados, flertando baixinho.