Páginas

quinta-feira, dezembro 25, 2008

O Pesadelo de Mike Mentzer




Então: Último post do ano, no suposto aniversário de Jesus, terminando os últimos trabalhos do ano também. Essa tela foi feita com a ajuda da Luisa Doria, minha assistente, amiga e ótima pintora, e depois de uma semana de muito suor saímos com isso. Olhamos pra coisa toda pronta, revigorados com aquele tesão pós-coito lindo de término de pintura e percebemos que a pintura parecia muito ser o sonho desse personagem principal, que por acaso era um famoso e revolucionário halterofilista, o Mike Mentzer. Li uns artigos, coisa muito específica sobre o mundo do bodybilding, high-density training, e fui checar com a Marília, minha querida tia, que é halterofilista (?!), e das muito muito boas. Não só levanta pesos que muito macho se borra levantando, como uma intelectual de mão cheia, e pra minha sorte, amante do assunto. Cortando em miúdos, Mike Mentzer foi um sujeito que aperfeiçoou a prática e teoria do treinamento de alta densidade, aquele tradicional de pinos e halteres, onde o cara não precisava de máquinas de 20.000 dólares pra treinar. Ele chegou no que muitos acreditavam ser o limite do assunto, e revolucionou a forma de se encará-lo na prática. Bueno: minha pintura não era bem sobre fisiculturismo, e sim uma proposta continuada sobre o pornô e as diferentes formas de se construir o tema. Resumindo, funciona muito mais no que eu acho que pode encaixar com o tema do que grandes saltos conceituais (adoro conceitos, e me encantaria discutir a coisa toda com quem estiver interessado, mas acho meio sacal ficar punhetando isso na orelha dos outros). O que acontece é que hoje em dia existe uma bizarra relação entre a pornografia e o mundo do halterofilismo. Homens e mulheres do meio são cooptados a fazerem programa, as primeiras filas nas apresentações são de cafetões e os padrões de beleza tendem a se nivelar em função do gosto do cliente, isso tudo regado à muito dinheiro e preconceito. O que Mike Mentzer não sabia é que ele havia criado o que pra Einstein foi a bomba atômica, em uma época em que malhar era procurar o éden de adrenalina, endorfina e o limite de cada um e desafiar isso de uma forma mais pura e bonita (ao meu ver), sem anabolizantes e prostituição. Bom, então fica assim o último post do ano: uma tentativa tortuosa de deixar o ano que vem mais puro e bonito, pra todos que lêem e acompanharam a luta, que dividem e vivem as suas próprias. Feliz natal, bom ano novo e um salve pro Mike, no três: um, dois...

Um comentário:

Nanda disse...

que lindo quadro!

comecei procurando alternativas de acabamento pra um livro que cagaram na impressão, cheguei na página do Livros do Mal, que "cabô", aí fiquei curiosa, fui pro RanchoCarne e cheguei em você.
Viva as mil abas do firefox - e a minha memória!

Li seu post sobre halterofilismo também, e agora meu chefe tá me olhando feio pq eu devia "trabalhar em ver de ficar lendo esses blogs ai."
Mas era isso. Meus parabéns, espero atualizações!

Beijos

Nanda
ps: se souber alguma solução criativa pra acabamento de livro... ehhehe